terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

CRISTAIS SINTÉTICOS CAPAZES DE ABSORVER AS EMISSÕES DE DIÓXIDO DE CARBONO

Em um estudo publicado na Science, pesquisadores afirmam ter criado cristais sintéticos que são capazes de absorver as emissões de dióxido de carbono e que podem ser a base de uma nova técnica de CCS até 400% mais eficiente que as atuais.

“Nós pegamos partículas orgânicas e inorgânicas e as combinamos em um cristal sintético com um código de informação parecido com o DNA. Não que seja sofisticado como o DNA, mas com certeza é algo novo na ciência química e de materiais”, tentou explicar sua descoberta Omar M. Yaghi, membro do Instituto de Nano Ciências da Universidade da Califórnia (UCLA).

Parece complicado, mas simplificando o professor Yaghi e sua equipe desenvolveram um tipo de cristal que age como uma esponja e que poderá ser usado em projetos de captura e armazenamento de carbono (CCS). Uma contribuição que poderá ajudar a limpar fontes sujas de energia, como as termoelétricas a carvão. Segundo o estudo, a nova técnica pode ser até 400% mais eficiente do que os processos atuais

“Essa tecnologia também permitirá a transformação desse carbono capturado novamente em combustível ou ainda ser usada em processos variados como quebrar a molécula de água em hidrogênio. Assim, existem várias aplicações para ela em setores industriais e relacionados com energia”, afirmou Yaghi.

Ainda na década de 1990, Yaghi desenvolveu uma classe de materiais chamada de metal-organic frameworks (MOFs) – algo como estruturas metais-orgânicas -, a qual ele descreveu como cristais esponjas.

Depois de milhares de tentativas, a equipe da UCLA foi capaz de utilizar esses cristais para capturar gases que são difíceis de armazenar e transportar, incluindo o dióxido de carbono. O resultado está publicado na revista Science do dia 12 de fevereiro, sob o título Multiple Functional Groups of Varying Ratios in Metal-Organic Frameworks.

“Químicos e cientistas de materiais serão capazes agora de perguntar novas questões e tentar coisas nunca pensadas anteriormente. Também, esperamos que sejam desenvolvidas em breve novas ferramentas e técnicas para decifrar as estruturas dos cristais e explorar suas potencialidades”, concluiu Yaghi. http://www.cimm.com.br/

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