sábado, 6 de agosto de 2011

GASES LANÇADOS NO AR TRANSFORMADO EM ENERGIA ELÉTRICA

No dia 26.09.2007, um apagão de energia elétrica afetou todo o Estado do Espírito Santo. Muitas companhias localizadas na região, como a Vale do Rio Doce, tiveram que paralisar a produção e, em apenas duas horas, contabilizaram alguns milhões de reais de prejuízo.

A ArcelorMittal Tubarão escapou do apagão. Isso porque, há cerca de dez anos, a antiga Companhia Siderúrgica Tubarão, hoje pertencente ao grupo que faturou R$ 14 bilhões em 2006 no Brasil, investe em fontes alternativas de energia e se tornou auto-suficiente nesse campo.

Anos atrás, a empresa, que produz sete milhões de toneladas de aço por ano, começou a transformar os gases gerados a partir do seu processo industrial em energia elétrica. Num primeiro momento, era apenas uma forma de preservar o meio ambiente e gerar energia para o próprio consumo. Agora, a ArcelorMittal transformou a iniciativa em um negócio que garante uma receita de R$ 300 milhões, algo perto do que fatura a Nec no Brasil. A técnica desse processo foi tão aprimorada que passou a gerar excedente, vendido para a Tractebel, um dos maiores grupos de distribuição de energia do País, que, em troca, receberá aproximadamente .

150MW de energia limpa, o que corresponde a 10% do total consumido no Espírito Santo. Outros contratos já estão por vir. “Estamos com um projeto para aumentar a nossa capacidade de gerar energia através do vapor de gases. Já temos outras empresas interessadas em investir na nossa solução”, afirma Jorge Bittencourt, diretor de distribuição de energia da ArcelorMittal Tubarão.

MAIS ENERGIA 150 MEGAWATTS é a quantidade de energia que a Tractebel comprou da Arcelor. A solução energética amiga do meio ambiente da siderúrgica capixaba é capaz de gerar 500 megawatts, uma quantidade acima do que a empresa necessita – seu consumo interno é de 345 MW, o suficiente para abastecer uma cidade com um milhão de residências.

Nas três turbinas existentes atualmente, a ArcelorMittar investiu aproximadamente US$ 70 milhões. “Estamos colhendo os frutos do que investimos há pelo menos dez anos”, conta Bittencourt. Naquela época, a palavra sustentabilidade ainda não fazia parte do dicionário do meio empresarial e o meio ambiente começava a entrar na pauta das empresas. “Começamos a investir em termelétrica, energia gerada pela queima de combustíveis, na década de 80. Tínhamos que pensar em alternativas porque o Estado nessa época não oferecia a mínima infra-estrutura nesse campo”, conta. Com o passar dos anos, houve mais motivação para que a Arcellor- Mittal se dedicasse ainda mais à geração de energia alternativa. Primeiro, a preservação do meio ambiente tornou-se o “tema da vez” da indústria mundial. Segundo, o risco de apagões continua cada vez mais presente e a empresa afirma não se preocupar com essa possibilidade. “Caso ocorra um novo caos no setor elétrico, temos não somente a solução para a nossa empresa, como também para as demais companhias”, salienta Bittencourt. E isso sem agredir o ar que respiramos.

Revista Isto é Dinheiro

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