domingo, 17 de março de 2013

NECTAR COM CAFEÍNA FAZ ABELHAS SE LEMBRAREM MELHOR DA FLOR


 
Um estudo feito por cientistas britânicos e americanos analisou os efeitos da cafeína sobre a memória de longo prazo das abelhas e percebeu que a substância afeta drasticamente a forma como esses insetos se lembram do cheiro das flores que polinizam.  
 
Os resultados estão publicados na edição online da revista “Science”.   O néctar das flores de muitas plantas contém, além de açúcar, compostos como cafeína e nicotina. Em altas concentrações, o gosto amargo dessas substâncias repele os animais, mas, quando as dosagens são baixas, as abelhas parecem preferir o néctar com cafeína.  
 
Segundo a principal pesquisadora, Geraldine Wright, do Centro de Comportamento e Evolução do Instituto de Neurociência da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, as flores das plantas pertencentes aos gêneros Coffea e Citrus reúnem a quantidade certa de cafeína para atrair os insetos polinizadores – responsáveis pela fertilização das flores, por meio da transferência de grãos de pólen.   No experimento, os cientistas treinaram abelhas para associar um aroma floral a uma recompensa de açúcar.
 
Os insetos que perceberam o cheiro também estenderam a “boca” em forma de tubo, como se esperassem pelo “presente”. Quando a recompensa continha ainda cafeína, o triplo de abelhas se recordou do aroma ao fim de 24 horas, e o dobro lembrava dele três dias depois.  
 
Ao olhar com atenção para o cérebro das abelhas, os autores descobriram que a cafeína desencadeia mudanças no potencial da membrana dos neurônios envolvidos na aprendizagem e na memória olfativa. Segundo os pesquisadores, se a cafeína é capaz de ajudar os insetos a se lembrar das características de certas flores, eles poderiam se tornar mais propensos a continuar fiéis a essas plantas – uma enorme vantagem para a manutenção da espécie.  
 
De acordo com os cientistas, novos estudos são necessários para determinar se as substâncias contidas no néctar das flores podem ter outros efeitos. Além da Universidade de Newcastle, participaram do trabalho as universidades britânicas de Dundee e Greenwich, os Reais Jardins Botânicos de Londres e a Universidade do Estado do Arizona, nos EUA.  
 
G1
 
 

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